Os primeiros 1.000 dias de vida | Aprender e brincar desde o nascimento

Intervalo de Ouro

Os primeiros 1.000 dias de vida | Aprender e brincar desde o nascimento

Desde a barriga da mãe aos seis anos de idade, as rápidas interconexões neurais no cérebro dos bebês e das crianças refletem a aquisição de múltiplas habilidades.

Nas três últimas décadas, as descobertas científicas em vários campos confirmaram que os elementos mais críticos da saúde, do bem-estar e da produtividade de crianças, adolescentes e adultos tomam forma durante os primeiros anos, em especial nos 1.000 primeiros dias. Quando um bebê nasce, seu cérebro já tem quase todos os neurônios; aos 2 anos, existe uma enorme quantidade de conexões neuronais que, mais tarde, são podadas de acordo com a frequência de uso. Um ambiente ideal promove o desenvolvimento do cérebro, enquanto um ambiente adverso prejudica esse desenvolvimento a curto prazo, mas sobretudo também a longo prazo.

O que são cuidados de criação? Os cuidados de criação são aqueles que o cérebro do lactente espera e dos quais depende para o desenvolvimento saudável. A complexidade do cérebro aumenta cada vez mais com a idade e à medida que surgem novas conexões; o cérebro se forma apenas uma vez e sob condições muito especiais. Os cuidados de criação são o conjunto de condições que propiciam os cuidados ideais das crianças pequenas. Referem-se a um ambiente estável, criado por pais e cuidadores com apoio de políticas, serviços e comunidades, que assegura a boa saúde e nutrição das crianças, protege-as de ameaças e dá a elas oportunidades de aprendizagem precoce mediante interações responsivas e de apoio emocional. 

Os cuidados de criação são essenciais para o desenvolvimento infantil, constituem a base da saúde e do bem-estar durante toda a vida e formam o capital humano da criança de hoje, do adolescente e do adulto de amanhã, bem como da próxima geração no futuro. Nos primeiros anos de vida, os pais e parentes próximos são os melhores cuidadores e, por isso, a atenção centrada na família é importante. 

O relacionamento entre os pais e a criança pequena, expresso antes da fala, desenvolve-se com o auxílio de abraços, contato visual, sorrisos, sons e gestos; é o motor que impulsiona o desenvolvimento do cérebro. Por meio dessas interações agradáveis para ambos, os pais e as crianças criam um canal de comunicação pelo qual a criança pequena aprende a linguagem, forma conhecimentos e conhece o mundo ao seu redor. Os pais ajudam o filho pequeno a aprender sobre o mundo pela observação da criança e identificação de suas necessidades e intenções, seguidas pela descrição e explicação do próprio comportamento, bem como o do filho.

CUIDADO RESPONSIVO

  Dessa forma, faz-se necessário que promovamos a cultura do cuidado responsivo, que abrangem tanto a sensibilidade quanto à responsividade. A sensibilidade é a atenção, desde o nascimento, aos movimentos e sons de uma criança pequena como sinais de comunicação para indicar necessidades e desejos. Responsividade é a capacidade dos pais e cuidadores de responder apropriadamente a esses sinais. 

Você pode ajudar seu bebê a se desenvolver de muitas maneiras: a cada abraço e beijo, a cada música e brincadeira. Todos da família podem participar desse processo!

Em 2012 foi traduzido e lançado no Brasil  Manual de orientação às famílias sobre Cuidados para o Desenvolvimento da Criança (CDC). Apesar das orientações parecerem muito simples, são necessárias de serem ressaltadas para que a cultura do brincar seja garantida entre nossas crianças. Confira abaixo as dicas de interação e sensibilização para cada etapa da primeiríssima infância:

Recém-nascido: do nascimento até uma semana

BRINQUE: Proporcione meios para que seu bebê veja, ouça, movimente braços e pernas livremente e toque você. Acaricie e conforte o bebê suavemente. É bom o contato pele com pele.

COMUNIQUE-SE: Olhe nos olhos do seu bebê e fale com ele. A amamentação é um bom momento para isso. Até um bebê recém nascido consegue ver o seu rosto e ouvir sua voz.

1ª semana a 6 meses 

• BRINQUE: Ofereça meios para que seu bebê veja, ouça, movimente braços e pernas livremente e toque você. Aos poucos, movimente lentamente, objetos coloridos para que o bebê possa pegá- los. 

• Exemplos de brinquedos: chocalho, brinquedos com corda de puxar. 

• COMUNIQUE-SE: Sorria e ria com seu bebê. Fale com ele. Inicie uma conversa, imitando os sons e gestos do bebê. Copiar os sons e gestos da criança pode ser o começo de um frutífero jogo de comunicação. Mesmo antes de aprender a falar, a criança se diverte comunicando-se através dos seus sons e movimentos.

6 a 9 meses  

• BRINQUE: Dê ao bebê objetos domésticos limpos e seguros, que ele possa manipular, bater e deixar cair. Por exemplo: potes com tampas, vasilhas e colheres.  

• COMUNIQUE-SE: Responda aos sons e interesses do bebê. Chame o bebê pelo nome e observe como ele responde. Uma criança pode reconhecer o seu nome antes de ser capaz de dizê-lo. Escutar o nome ajuda a compreender que ela é uma pessoa especial na família. 

9 a 12 meses

• BRINQUE: Esconda o brinquedo preferido do bebê debaixo de um pano ou de uma caixa e observe se ele consegue encontrá-lo. Brinque também de “cadê – achou”. 

• COMUNIQUE-SE: Diga ao seu bebê o nome das coisas e das pessoas. Mostre a ele como dizer as coisas com as mãos, como “tchau tchau”, por exemplo. Brinquedo recomendado: bonecos. Apesar de a criança não conseguir falar, ela mostra que consegue entender o que os membros da família dizem. Ela escuta o nome das coisas e se deleita ao perceber que sabe quem são. Ela começa a conectar a palavra pássaro ao pássaro na árvore e a palavra nariz ao seu nariz.

12 meses aos 2 anos

• BRINQUE: Dê à criança coisas que ela possa montar, empilhar, guardar em recipientes e depois tirar. Exemplos de brinquedos: objetos de juntar, montar e empilhar, caixinhas, pedaços de pano. 

• COMUNIQUE-SE: Faça perguntas simples à criança. Responda às tentativas do seu filho de falar. Mostre e fale sobre a natureza, figuras e objetos. As famílias podem jogar jogos de palavras simples e perguntar coisas simples: “Onde está o seu dedão?” ou “Onde está o pássaro?” Juntos eles podem olhar para alguns desenhos e conversar sobre o que estão vendo. Os adultos devem usar um tom de voz gentil para acalmar uma criança machucada e elogiar os seus esforços.

2 anos ou mais

• BRINQUE: Ajude seu filho a contar, dar nomes e comparar as coisas. Faça brinquedos simples para ele. Exemplos de brinquedos: Objetos de diferentes cores e formas para serem agrupados, giz e quadro-negro para desenhar. 

• Comunique-se: Incentive seu filho a falar e responda às suas perguntas. Ensine histórias, músicas e jogos. Converse sobre ilustrações ou livros. Exemplo de brinquedo: livro com figuras. Olhar para um livro de figuras e ler histórias para crianças ajuda a prepará-las para a leitura. Histórias, canções e jogos também ajudam as crianças a aperfeiçoar a fala.

Referências:

https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2019/07/nurturing-care-framework-first-consultation-pt.pdf

https://lunetas.com.br/cuidar-das-criancas/

https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/crianca_feliz/Cuidados_para_desenvolvimento_crianca.pdf

http://massacuca.com.br/tambores-de-lata-e-bexiga/

https://www.unicef.org/brazil/sites/unicef.org.brazil/files/2019-02/folder_kit_multissensorial.pdf

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Este post tem 2 comentários

  1. Julio Amaral

    Muito boa a matéria de hoje

  2. Julio Amaral

    Excelente matéria. Obrigado por compartilhar.

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